Pela Srtª.:Marina Deluqui
"O avião Bucker tipo Jungmeister inspirou a criação do Código Aresti, que até hoje serve como linguagem internacional para a acrobacia."
Quem já teve a oportunidade de estar perto de um box numa competição de acrobacia deve ter se surpreendido com alguns pilotos fazendo mímicas, imitando com uma das mãos o percurso imaginário de um avião em vôo. Pois este exercício é baseado num principio internacional que orienta em qualquer parte do mundo não só as manobras das aeronaves acrobáticas, como também o seu julgamento, que o famoso Código Aresti.
Este conjunto de desenhos – um verdadeiro hieróglifo, para um leigo – vem até hoje servindo para evitar que um país decida criar arbitrariamente seus próprios critérios de formação de manobras e de julgamento de competições, o que contraria o que foi legitimamente determinado pela Comissão Internacional de Vôo Acrobático (CIVA). Assim, em qualquer parte do planeta, as competições têm obrigatoriamente que obedecer às mesmas normas.
O código, foi criado sob inspiração da performance da aeronave bucker jungmeister, foi elaborado pelo piloto espanhol, comandante José Luis Aresti, que dedicou 25 anos de sua vida para desenvolve-lo. Hoje, passados mais de 45 desde a primeira edição do regulamento, o que se vem utilizando mundialmente desde 1987 é o “Fai Aerobatic Catalogue”, uma versão atualizada do dicionário aresti, acrescido com a emenda número 1 (de janeiro de 92) e do boletim especial da IAC (International Aerobatic Club), alias, editado especialmente para ensinar a manusear o próprio catálogo.
Nele pode-se aprender quais são as regras para formação das figuras e como elas são construídas e, para refletir a performance das aeronaves acrobáticas atuais, ele recebeu novos desenhos, atualizando-se também os fatores K (fatores de dificuldade).
É bom lembrar que a codificação elaborada por Aresti deve ser interpretada como um modelo em si, uma representação do que o acrobata deve executar numa seqüência, e não como um esquema rígido. Tanto é que alguns acrobatas, inicialmente, ao seguirem exatamente o que o piloto espanhol havia desenhado, fizeram com que suas aeronaves apresentassem falhas estruturais, principalmente quando tentavam voar os cantos das manobras como ângulos retos. Na época, atribuiu-se a culpa a Aresti, mas posteriormente constatou-se eu a falha estava realmente na forma pela qual os desenhos eram interpretados.
Sobre a importância do Código Aresti para a acrobacia mundial, o autor do livro “Aerobatics” e piloto inglês, Neil Willams, comenta:
Explicando Aresti
Todos os vôos com G positivo são mostrados com uma linha sólida enquanto que os vôos de G negativo (de dorso) requerem uma linha tracejada O vôo de faca é representado assim:
Os tunneaux completos são representados por flechas através da linha: ,á o ½ tunneau: . Os tunneaux rápidos são representados por triângulos eqüiláteros .
Os parafusos são representados por triângulos retângulos. Desta forma, quando a entrada é positiva (“inside”): e , quando a entrada é negativa (“outside”).
Também é necessário fazer uma distinção onde uma figura começa e onde ela termina . Para saber onde terminou uma manobra para seguir para a próxima é necessário desenhar uma linha horizontal antes e depois da figura.
O catálogo divide as manobras em famílias de 1 a 9, como são demonstradas abaixo:
Família 1 - linhas e ângulos
(45° ascendente )
(linha vertical descendente)
Família 2 - curvas e tunneaux em curvas
Família 3 – combinação de linhas
Família 4 – parafusos
Família 5 – “stall turns”, mais conhecidas como “hammerheads”
Família 6 – “tail slides”
Família 7 – loops e oitos
Famílias 8 – combinação de linhas, ângulos e loops
Família 9 - tunneaux